Os fabricantes de bicicletas nacionais temeram pelo futuro quando a pandemia os obrigou a fechar as fábricas. Mas o pós confinamento acabou por trazer boas notícias. Muitas pessoas começaram a evitar o transporte público e a optar por maneiras mais saudáveis de se deslocar. A bicicleta tornou-se uma alternativa óbvia.
O maior fabricante de bicicletas da Europa é português. Teve que fechar as suas 40 fábricas e colocar cerca de 8.000 trabalhadores em layoff para ajudar a conter a disseminação da COVID-19. Mas isso foi em Março e Abril. Agora, a equipa está de volta a e ‘não tem mãos para tantas encomendas’. “Quando fechamos no dia 13 de março, pensamos que seria uma catástrofe, estávamos com medo”, disse à Reuters Bruno Salgado, conselheiro executivo da RTE Bikes – sediada em Gaia – a maior fábrica de bicicletas da Europa. “Mas acabou por ser uma bênção disfarçada para nós”, continuou Bruno Salgado, referindo à pandemia e à crescente procura do transporte individual em muitos países e cidades do mundo.
Novos hábitos aceleram procura
A RTE Bikes produziu 1,1 milhão de bicicletas no ano passado, sendo que Portugal exporta cerca de 90% da sua produção. Alemanha, França e Itália são os mercados de referência. À medida que as restrições para travar a propagação do COVID-19 começaram a diminuir em toda a Europa, durante os meses de verão, os distribuidores ficaram sem stock, o que levou os fabricantes portugueses a terem de aumentar a capacidade de produção. Em consequência, a RTE Bikes está agora a trabalhar ‘a todo vapor’, produzindo cerca de 5.000 bicicletas por dia. “No ano passado a nossa média de produção estava entre as 3.000 e 4.000”, concluiu conselheiro executivo da RTE Bikes.